domingo, 20 de fevereiro de 2011

Soneto à Almofada

O meu poema mais forçado de sempre, cumprindo as regras métricas e de rima de um soneto italiano ou petrarquiano.


Um lado e outro não páro noite inteira.
Minha almofada porque tanto insistes?
Negar-me o conforto, Oh! porque resistes?
Muito eu beijo a mesa de cabeceira.

Não compreendo essa esquizofrenia.
Oh! porque és dura, e de tão má fronha,
Na manhã mole tentando-me à ronha?
Privar-me quero da tua companhia.

Perturba-me essa doença o sono.
Não sonharei o que ninguém sonhou...
Sonho ainda assim não ser mais teu dono.

Troco-te. E mesmo que isso aconteça.
Pois filho do Homem que sempre sou,
Não há onde reclinar a cabeça.

1 comentário:

Patricia Almeida Alves disse...

Pobre almofada em mais uma noite de insónia!
Muito bom...mesmo seguindo a rima tradicional.
Continua!