Uma música escrita numa noite de pouco sono...
Lençol aberto,
Cama desfeita.
Olhos no tecto,
Revela-se a maleita.
Estou acordado
E o Demónio and'à espreita.
Não é gato preto
Nem de rabo bifurcado,
Apenas um vulto preto
Que se deita do meu lado.
Viro o pescoço...
E dou de caras com a Insónia.
A Insónia é mesmo assim.
A Insónia não tem fim.
Sempre que ela bate à porta,
Eu vou ter que abrir.
A Insónia é...
A minha amiga mais fiel.
Toda a bendita noite.
Cola-se parece mel.
Viro-me p'ró outro lado,
Lá está ela, gord'e feia.
E mantém-me acordado
Lua nova ou lua cheia.
A Insónia é mesmo assim.
A Insónia não tem fim.
É um ogre, É um monstro,
Mas gosta de mim.
Volto a insistir.
Digo-lhe que faç'às malas.
Mas ela faz-me fáquir
Que anda sobre balas...
Faço-lh'um esgar.
E ela imóvel.
A Insónia é mesmo assim.
A Insónia não tem fim.
Bato, ralho, espanco, malho.
Mas ela não sai daqui.
Faz-me sofrer
Mas é musa de verdade.
Tira-me o sono
Mas dá-me criatividade.
Ai de mim...
Quando acordar.
A Insónia é mesmo assim.
A Insónia não tem fim.
E quando dou por mim,
Já estou a dormir.
Muito obrigado pela imagem, Zé. Esta e outras obras de arte do mesmo autor estão disponíveis neste site: http://www.wix.com/zemariaabreu/ze
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