terça-feira, 16 de março de 2010

Na Baixa










Som persegue som,
Como carruagens dum qualquer comboio sem fim.
Não, não é um comboio.
Ou se é, está parado.

Som choca com som,
Como pares dançando sem espaço.
Não, não é uma dança.
Ou é uma dessas ditas novas...
(Que já não o são faz tempo)

Som abafa som,
Como os políticos num debate.
Não, não é um debate.
Sendo, é um desses... sem moderador.

Ah!, mas sim, som provoca som,
Como uma corrente industrial.
Sim, é uma indústria,
Bem produtiva...
Em gargalhadas.
Em disparates.

Eis, alegres, os proletários do disparate.

1 comentário:

Rui Lourenço disse...

Gosto das "carruagens dum qualquer comboio sem fim".
Quer dizer: da figura de estilo, não propriamente deste comboio.

Grande Abraço!