A vida corre, nem bem nem mal,
corre...como um rio...
um recorte profundo,
águas velozes,
que depois, lentamente,
se transformam num caudal
largo e vagaroso,
mas superficial...como a vida...
albergando no fundo,
todo o lodo trazido
pela juventude desse rio
E no final, todos esses cursos,
delineados pelas vivências,
de um barqueiro
vão desaguar e morrer,
num mar de torrentes e redemoinhos...
e o valente homem,
(muito mais nessa altura,
que em qualquer outra,
pois até aí, a calmia do seu rio,
nunca o levara
a sequer pensar em valentia)
no cimo do barco
rema contra a corrente...
Mas o traçado do rio,
que o infeliz remador levou...
Fez com que a foz,
fosse dar a um ninho
de titânicas intempéries
Ele olha, pensando, desgraçado,
vendo já os destroços das outras embarcações,
e num segundo, daquela mesma valentia
que não teve no leito antigo,
onde calmamente navegava,
às cegas, sem reparar... ele diz:
"Eu não vi!"..
No segundo a seguir, uma onda,
tenebrosa e escura,
leva tudo...
Ele afoga-se e, no seu rosto,
petrificado de pânico
lêem-se todo o tipo de angústias...
Mais a Norte,
(ou a Sul,
pois esse mar,
e água eram todos o mesmo.)
a Bonança aparece
para o verdadeiro valente
que teve a boa ousadia
de tirar a sua venda dos olhos
E vê, como sempre viu,
apesar de longe,
a terra lá ao fundo
onde há-de chegar...
4 comentários:
Fantástico. Continua a progredir.
Tiago
Este miúdo é um génio... congratulations!!!
Bjs, susana*
mt giro mesmo!! o teu melhor...!
esta perfeito ...
onde foste buscar tanta imaginacao ?
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